O LIVRO DOS ESPÍRITOS Questão 455
No caso de visão a distância, o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está.
428. Qual a causa da clarividência sonambúlica? “Já o dissemos: É a alma que vê.”
429. Como pode o sonâmbulo ver através dos corpos opacos?
“Não há corpos opacos senão para os vossos grosseiros órgãos. Já precedentemente não dissemos que a matéria nenhum obstáculo oferece ao Espírito, que livremente a atravessa?
445. Que deduções se podem tirar dos fenô-menos do sonambulismo e do êxtase? Não constituirão uma espécie de iniciação na vida futura?
“A bem dizer, mediante esses fenômenos, o homem entrevê a vida passada e a vida futura. Estude-os e achará o aclaramento de mais de um mistério, que a sua razão inutilmente procura devassar.”
446. Poderiam tais fenômenos adequar-se às ideias materialistas?
“Aquele que os estudar de boa-fé e sem prevenções não poderá ser materialista, nem ateu.”
Questão 430,“Primeiramente, aos Espíritos imperfeitos não é dado verem tudo e tudo saberem. Não ignoras que ainda partilham dos vossos erros e prejuízos. Depois, quando unidos à matéria, não gozam de todas as suas faculdades de Espírito. Deus outorgou ao homem a faculdade sonambúlica para fim útil e sério, não para que se informe do que não deva saber. Eis por que os sonâmbulos nem tudo podem dizer.”
Questão, 455 Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto.
Pelos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma e nos faz assistir ao sublime espetáculo da sua emancipação. Abre-nos, dessa maneira, o livro do nosso destino. Quando o sonâmbulo descreve o que se passa a distância, é evidente que vê, mas não com os olhos do corpo. Vê-se a si mesmo e se sente transportado ao lugar onde vê o que descreve. Lá se acha, pois, alguma coisa dele e, não podendo essa alguma coisa ser o seu corpo, necessariamente é sua alma, ou Espírito. Enquanto o homem se perde nas sutilezas de uma metafísica abstrata e ininteligível, em busca das causas da nossa existência moral, Deus cotidianamente nos põe sob os olhos e ao alcance da mão os mais simples e patentes meios de estudarmos a psicologia experimental.
MAGNETISMO
CURATIVO, Alphonse Bué, cap. VI, do Sonambulismo
Efeitos
físicos — Sob o ponto de vista físico verifica-se, geralmente, que o
magnetizador se torna senhor dos movimentos voluntários do seu sonâmbulo: fá-lo
levantar, baixar ou virar a cabeça; erguer os braços e andar, tudo isto por uma
espécie de atração, apresentando a mão do lado para o qual deseja arrastar o
membro; há, porém, sonâmbulos móveis como ímãs, enquanto que outros, pelo
contrário, só lentamente obedecem àquelas ações e são quase insensíveis à
atração magnética.
Em geral, o sonâmbulo não percebe
mais as formas, as imagens, os sons, o odor, o sabor, pelos órgãos em que
residem essas percepções. Ouve, vê, sente, sem o socorro dos sentidos, pelos dedos,
testa, occipital, epigástro;
A vista da alma ou do Espírito não é
circunscrita e não tem sede deter-minada. Eis por que os sonâmbulos não lhe
podem marcar órgão especial. …entretanto, enquanto certos sonâmbulos são
completamente isolados, não ouvem nem veem senão o seu magnetizador e só com
ele comunicam, outros só ficam isolados em parte, e alguns há que de todo não o
ficam.
Efeitos
psíquicos — O estado sonambúlico exalta as faculdades intelectuais e
morais. Nesse estado, o sonâmbulo apresenta ao espírito tudo quanto sabe, e
pode perceber o que não sabe. Lê no pensamento, ouve e responde sem que se lhe
tenha falado. Vê através dos corpos opacos e a distâncias mais ou menos consideráveis.
Experimenta momentaneamente a moléstia das pessoas com as quais foi posto em
relação; vê, muitas vezes, a origem das moléstias e pode indicar os meios mais
acertados para curá-las. Vê o seu próprio mal, prevê as suas crises e as dos
outros, e anuncia a maneira e época do termo final.
Essa preciosa faculdade requer desenvolver-se
com arte, por meio do exercício, e exige uma direção prudente e bem compreendida.
Não basta encontrar um sonâmbulo: é também necessário formá-lo e velar
principalmente para que as suas qualidades, dificilmente adquiridas, não
cheguem a perder-se ou desviar-se. Isto constitui assunto que exige cuidados;
um sonâmbulo exercitado por diversos magnetizadores não sente a vontade de
nenhum, nem tão pouco se pertence; se tiver, desde o começo algumas qualidades,
em breve as perde; seu espírito de concentração enfraquece, exterioriza-se e
perde as faculdades sintéticas. Conseqüentemente, um sonâmbulo se aperfeiçoa ou
se transvia, conforme a direção que recebe; e se fizerem do sonambulismo um
emprego diuturno, objetivando um lucro qualquer, não tardará chegar à simulação
consciente ou inconsciente.
O sonâmbulo é suscetível de receber
também impressões morais, que podem modificar, até certo ponto, o seu caráter; recebe
o que se chama sugestões, e estas persistem após o despertar.
Em geral, o sonâmbulo perde
completamente a memória dos seus atos; quando desperta, está numa ignorância
absoluta de ter visto, agido e falado. Entretanto, certos sonâmbulos, fazendo exceção
a esta regra, conservam, senão a lembrança, ao menos uma impressão vaga e
instintiva do que experimentaram durante o sono.
Finalmente, no estado sonambúlico,
há este fato muito importante, a saber: a maior parte dos sonâmbulos sensitivos
vêem as irradiações magnéticas.
MANUAL
DO ESTUDANTE MAGNETIZADOR / Barão du Potet
“O
senhor doutor Husson, falando à Academia de Medicina, se exprime assim: ‘Quando
o magnetismo produz o sonambulismo, o ser que se encontra dentro deste estado,
adquire um aumento prodigioso da faculdade de sentir. Vários dos seus órgãos
exteriores, normalmente os da visão e da audição são adormecidos, e todas as
operações que estão submetidas, se operam interiormente.
O
sonâmbulo tem os olhos fechados; não vê nada com os olhos, não entende com as
orelhas; mas ele vê e entende melhor que um homem acordado. Ele não vê e não
entende como as pessoas com as quais está em ligação. Ele não vê senão o que
ele olha; e ordinariamente ele não olha, senão os objetos sobre os quais
dirigimos sua atenção’.” (...)
“Ele
está submisso à vontade do seu magnetizador, em relação a tudo que não possa
lhe prejudicar, tudo que não contrarie seus pontos de vista, suas ideias de
justiça e verdade. Sente a vontade de seu magnetizador. Ele vê, ou antes, ele
sente do interior do seu corpo e este dos outros, mas ele não o percebe,
normalmente, quais partes não estão em estado natural e que está perturbando a
harmonia. Ele reencontra em sua memória a lembrança das coisas que havia
esquecido no estado de vigília.”
INSTRUÇÕES
PRÁTICAS SOBRE O MAGNETISMO / François Deleuze
“De todos os descobrimentos que têm
chamado a atenção desde a mais remota antiguidade, o do sonambulismo é
certamente o mais adequado para ilustrarmos sobre a natureza e as faculdades do
homem. Os fenômenos que nos tem feito observar demonstram a diferença das
substâncias, a dupla existência do homem interior e do homem exterior num só
indivíduo; oferecem a prova direta da espiritualidade da alma e a contestação a
todas as objeções que se tem feito contra sua imortalidade e põe em relevo a
verdade conhecida dos sábios antigos, tão bem expressada por Bonald, de que o
homem é uma inteligência servida por órgãos”.
"Se vosso sonâmbulo vos fala
com freqüência de uma pessoa que lhe interessa, se vos pede que traga a seu
lado e não vês nisso inconveniente, acederão a seus desejos. Poderá sucedr por
exemplo, que uma mulher sonâmbula se ocupe continuamente de sua filha, cujo
estado de saude a inquieta e a quem quer dar conselhos; não vos oporei a que
entre e a pô-la em relação com ela; o mesmo se trata de seu marido. de uma
amiga íntima, etc.
"Não permitireis que se dê a
vosso sonâmbulo mostras de gratidão; é necessário que não lhe mova nenhum
interesse mais que o de fazer o bem"
"A ninguém absolutamente deixareis que magnetize a vosso
sonâmbulo; os que estão em relação com vários magnetizadores acabam por perder
a lucidez.
Se assuntos importantes requeiram
vossa presença e vos forçassem a interromper o tratamento de vosso sonâmbulo,
vos porei de acordo com ele a fim de achar algum outro magnetizador que pudesse
substituí-lo. Se a interrupção não fosse de mais alguns dias, o magnetizador
que vos substituir agirá só em vosso nome, segundo vossos alvos e vosso método
e sob vossa direção Se a interrupção for longa, lhe cedereis inteiramente vosso
sonâmbulo."
Iniciando o trabalho com um sonâmbulo: Emprega-se
simplesmente o magnetismo a grandes correntes que não carrega a cabeça com
preferência às demais partes. Se a
natureza está predisposta a essas crises, o fluido subirá por si mesmo ao
cérebro e a predisposição ao sonambulismo se anunciará, porque o sonambuloi
estará em um estado de calma, porque seus olhos se cerrarão e porque dormirá.
Pode-se então, sem nenhum inconveniente, passar cinco ou seis vezes, a muito
pouca distancia, a ponta dos dedos por diante dos olhos, com o fim de dar maior
intensidade ao sono.
Em seguida pergunta-se ao sonâmbulo
como se encontra: se bem, se dorme. Então acontece tres coisas:
1ª Se desperta-se não
há sonambulismo e é necessário não pensar mais nele durante a sessão.
2ª Se segue dormindo
sem contestar, pode-se supor um principio de sonambulismo.
3ª Se responde sem
despertar-se, e uma desperto não recorda ter ouvido nada, o sonambulismo é
real.
No caso que continue dormindo sem
ouvir seguireis magnetizando e esperará para perguntar-lhe pela segunda vez, no
momento que precede aquele em que creias deve terminar a sessão.
Se tampouco contesta a segunda
pergunta, o deixareis dormir trAnquilamente, ou se julgar necessário
despertar-lhe, vos satisfarei em fazer para ele passes transversais a certa
distância convidando-o docemente a que se desperte e não ordenando com tom de
autoridade.
Se manifesta por sinais que o ouve,
sem que, apesar dele, vos responda, vos guardareis bem e obrigar-lhe a que fale; é muito bom que possa
estar algum tempo para recolher-se, acostumar-se a seu novo estado e coordenar
suas ideias. Somente direis que indique por um movimento de cabeça se quer que
se lhe desperte ou se todavia deseja dormir, e esperareis enquanto seja
possível o seu desejo
Para despertar um sonambulo: Quando, ao terminar
a sessão, queirais despertar a vosso sonâmbulo, fareis primeiro alguns passes
sobre as pernas a fim de descarregar a cabeça, depois os fareis transversais
sobre os olhos, para abri-los, dizendo ao sonâmbulo: desperta. Muitas vezes
permanecem, todavia fechados os olhos depois de haver-se despertado. Fareis
cessar esse estado passando várias vezes, de través e com paciência, os dedos
sobre os olhos. Depois separareis o fluido da cabeça e até o resto do corpo,
por meio de passes de um lado a outro, feitos à distância, como para liberar e
sacudir o fluido para fora. Tereis grande cuidado de não pará-los senão quando
vosso sonâmbulo esteja perfeitamente desperto.
RELATOS DE UMA
SENSITIVA (dos slides de Adilson)
Vejo
médicos, cirurgias e, por vezes, com auxílio de irmãos espirituais alivio
dores. Em outros momentos aumento estas dores. Até agora fiquei quieta, achei
que o telefone só toca de lá prá cá. Mas, como vem aumentando os detalhes, acho
que devo aprender e auxiliar os “amigos”. Só não sei como, às vezes fico na
dúvida do que sinto e vejo e nada falo aos amigos médiuns que me cercam. Antes
que você pense, não tenho formação na área de saúde. Depois disso tudo, leio e,
quando vejo os órgãos, recorro aos mapas de anatomia e fico pasma, são iguais.
O que devo fazer? Você pode me ajudar? As pessoas que converso aqui me dizem
que estou em desenvolvimento mediúnico, faz oito anos, que tudo isso acontece.
Já esperei demais sem me aprofundar, sei que os amigos espirituais precisam de
instrumentos afinados.”
Vejo
médicos, cirurgias e, por vezes, com auxílio de irmãos espirituais alivio
dores. Em outros momentos aumento estas dores. Até agora fiquei quieta, achei
que o telefone só toca de lá prá cá. Mas, como vem aumentando os detalhes, acho
que devo aprender e auxiliar os “amigos”. Só não sei como, às vezes fico na
dúvida do que sinto e vejo e nada falo aos amigos médiuns que me cercam. Antes
que você pense, não tenho formação na área de saúde. Depois disso tudo, leio e,
quando vejo os orgãos, recorro aos mapas de anatomia e fico pasma, são iguais.
O que devo fazer? Você pode me ajudar? As pessoas que converso aqui me dizem
que estou em desenvolvimento mediúnico, faz oito anos, que tudo isso acontece.
Já esperei demais sem me aprofundar, sei que os amigos espirituais precisam de
instrumentos afinados.”